terça-feira, 16 de março de 2010

ONU discute superlotação em cadeias do ES

No estado, são quatro mil presos a mais do que a capacidade das cadeias. Faltam vagas nas delegacias e nos presídios.

A superlotação das cadeias e supostas violações de direitos humanos no Espírito Santo foram tema de uma reunião da ONU, nesta segunda, na Suíça. O estado tem quatro mil presos a mais do que a capacidade dos presídios e delegacias.

Delegacia de Vila Velha, na Grande Vitória. Nesta segunda, não foi autorizada a entrada da equipe de reportagem. Mas o excesso de presos está registrado na placa pendurada pelos investigadores de polícia: 144 pessoas trancadas num espaço em que deveriam estar só 36.

É o reflexo do que acontece em delegacias do estado: muito calor e falta de espaço. Quando não tem jeito, é preciso fazer um revezamento. Os corredores ficam lotados. Em novembro do ano passado, o Jornal Nacional mostrou presos dentro de celas feitas com estrutura de contêineres.

O governo do Espírito Santo fez um acordo com o Conselho Nacional de Justiça para desocupar essas celas de metal. O compromisso é acabar com elas até agosto deste ano.

No Espírito Santo, são quatro mil presos a mais do que a capacidade das cadeias. Faltam vagas nas delegacias e nos presídios. Hoje, a situação do sistema carcerário do estado foi discutida numa reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

Representantes de organizações não governamentais do Brasil apresentaram um relatório com denúncias de superlotação e também de tortura e mortes nas prisões do estado.

Na mesma hora, foi realizada uma manifestação em frente ao palácio do governo do estado. Um protesto contra a violação dos direitos humanos.

O governo do estado construiu oito novos presídios no ano passado e afirma que serão mais 11 até o ano que vem, um investimento de R$ 300 milhões. O governo também se defende em relação às acusações de maus-tratos e mortes nas cadeias.

"O Espírito Santo exonerou mais de 40 agentes nos últimos meses por conta de conduta inadequada, demonstrando intransigência quanto aos desvios de condutas quanto ao dinheiro das pessoas”, declarou José Eduardo Azevedo, secretário de governo (ES).

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